quinta-feira, 28 de março de 2019

Kabir e José Anjos: O Nome daquele que não tem nome; uma fotografia apontada à cabeça


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sessenta e três poemas de KABIR
Ed. Assírio & Alvim, 2018
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Pouco se sabe sobre a vida de Kabir, para além do que deixam adivinhar os seus poemas, as hagiografias e as lenda. Terá vivido em Varanasi (Benares), o mais sagrado dos lugares sagrados hindus e simultaneamente um centro de comércio e peregrinação, na primeira metade do século XV. Nascido de uma viúva brâmane e adoptada por uma família da casta dos tecelões, convertida à fé islâmica, Kabir revela nos seus poemas um profundo conhecimento quer do hinduísmo quer do islamismo (e dentro deste do sufismo). De Varanasi, uma cidade que prometia a salvação a todos os que nela morressem, ter-se-á retirado no fim da vida para uma obscura cidade chamada Magahar.
A vida de Kabir confunde-se com a lenda. Desses episódios lendários da vida de Kabir há especialmente dois que gostaria que tivessem sido reais: o primeiro é o do encontro entre Kabir e Mirabai. O segundo tem a ver com a sua morte: hindus e muçulmanos teriam disputado o seu corpo, uns para cremá-lo, outros para enterrá-lo. Quando abriram o caixão, o que restava de Kabir era uma coroa de flores, que hindus e muçulmanos dividiram entre si.
Jorge Sousa Braga, na Introdução


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Ed. abysmo, 2019

Na palavra abysmo, é a forma do y
que lhe dá profundidade, escuridão, mistério...
Escrevê-la com i italiano é fechar a boca do abysmo,
é transformá-lo numa superfície banal.
Teixeira de Pascoaes

aquele que não ouvirás mais - poesia 2019 de Carlos Lopes Pires




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Carlos Lopes Pires escreve a p 7 :


para patitas
o gato da minha vida

o patitas deveria durar até depois de mim
um automóvel roubou-o do nosso quintal e à minha vida
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A propósito: deixei registado no meu blogue-armazém o seguinte:
https://dispersamente.blogspot.com/2019/03/a-pretexto-da-apresentacao-do-26-livro.html