terça-feira, 20 de outubro de 2020
António Lobo Antunes: Diccionario Da Linguagem das Flores; Walter Hugo Mãe: Contra mim; Isla Dewar: Almas (quase) Gémeas
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
onde as maçãs crescem, Carlos Lopes Pires 2020
Onde as maçãs crescem
Minhas Sras e meus senhores
amigos
Carlos Lopes Pires é um poeta constante. Já o escreveu taxativamente MFM (Manuel Frias Martins) na sua impressionante recensão crítica, que publicou no nº 201 Maio/Agosto2019 da sempre conceituada revista COLÓQUIO|Letras, a propósito do “a noite que nenhuma mão alcança” dado a lume há dois anos atrás. Já?!
Nós estamos aqui hoje e desta forma, somos, também, testemunhas do intenso
labor poético de Carlos Lopes Pires que soma mais de um quarto de século a
publicar Poesia sempre rodeado de amigos que comungam esta sua faceta
profundamente humana.
Já são mais de 20, os livros de poesia de sua autoria. Não fiz
a contabilidade, mas as contas devem estar certas ou quase. Claro, sou
contabilista, logo devia falar em números precisos; mas não estamos aqui para falar
de números.
Esta minha intervenção não é senão um intróito para o que já a seguir vamos
ouvir do nosso amigo comum e emérito escritor, Luís Vieira da Mota, que ele
sim, é a personagem certa para dizer do seu modo de ver a vida e a obra de
Carlos Lopes Pires. Até porque são muitos os anos de convívio literário e de
franca amizade que já os unem…
De qualquer modo, não posso deixar de aproveitar este ensejo para dizer
umas coisas acerca deste livro que agora vai ser apresentado e que fala dos
sítios onde as maçãs crescem. Com este título o poeta e amigo Carlos Pires
pretenderá o quê? Chamar-nos a atenção para o paraíso que pode ser o sítio onde
vivemos neste mundo? Haverá só um mundo? Cada um de nós será um mundo? Teremos
que considerar que o mundo não é uma coisa definida antes teremos que admitir
que o mundo é um conjunto indeterminado de mundos?! Mas sendo um conjunto indeterminado de mundos,
será que não tem princípio nem fim? Estaremos nós disponíveis para aceitar que
o tempo dura tanto tempo quanto o tempo que demoramos a sintonizar o nosso
próprio eu? Ou mais?!
Aqui chegado ocorre-me que a continuidade do tempo poderá não existir no
que é eterno, mas sim no efémero e transitório. Ou seja, nas coisas simples a
que o amor deverá presidir.
Quero eu tentar dizer que a poesia poderá ser esse espaço entre o
transitório e o eterno. E que a poesia de Carlos Lopes Pires revela esse
carácter e essa sensibilidade. E, visivelmente, também se rebela contra as
convenções da literatura tradicional que tende a ambicionar o eterno da fama e
notoriedade pessoal através da palavra.
A poesia de Carlos Pires assume uma atitude de contributo para que as
pessoas se possam compreender a si próprias cada vez melhor. Para isso o poeta
não se cansa na procura de novos modelos para a representação do mundo e da
realidade, transportando a sua própria realidade e a que ele observa a partir
da dos outros. E com uma preocupação suplementar: a de renovar as coisas reais
e reintegrá-las na vida.
A poesia, tal como Carlos Pires nos sugere, é quem melhor nos pode induzir
ao interesse pelas coisas simples e a compreensão destas, sim, é que nos poderá
levar a perceber a complexidade da vida.
Ou seja, e para finalizar esta minha singela divagação, pressente-se que o
poeta tende a mostrar-nos o sentido da vida impulsionando o leitor a sair de
situações desesperadas e a recuperar o desejo duma vida simples mas sem perder
a sua capacidade de sonhar.
Carlos, meu amigo, mestre, a tua poesia tem sido para mim um bálsamo muito
especial contra o medo da minha ignorância.
E um grande estímulo para descomplicar a vida aceitando os princípios
cósmicos que orientam a nossa própria existência.
Mais não vou acrescentar a este meu testemunho, que o Luís Vieira da Mota,
por ti muito justamente homenageado dedicando-lhe expressamente este teu livro,
se vai encarregar a preceito, de tal missão.
-
Obrigado, poeta, pela poesia com que tens ajudado a vestir o mundo e mostrar
que vale a pena o convívio de que todos nós necessitamos, mas que nem sempre o
conseguimos alcançar.
Obrigado por seres um amigo com quem também é possível dialogar com o
recurso ao poema…
--
Claro, não podia deixar de vos ler o poema da página 80, dada a afinidade
que o passou a ligar a mim, pessoalmente, e que eu agradeço do fundo do meu
coração o carinho que nele e em nós se reflecte.
Leiria, 12 setembro 2020
António Nunes
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Os Illuminati, matilde campilho, jóquei, Pensa como um monge
2564
"pétalas num ramo negro, molhado" -ezra pound
Vários 2560-2562 Rita Ferro- Os pássaros cantam em Grego/ rosa oliveira (poesia- autora viseense) (col Tinta da China coordenada por Pedro Mexia)
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
2563 Margarida Espantada - Rod Guedes Carvalho
in cintracapa