1886
ed. Portugália, 6ª ed,, 1956
Ao
Teixeira de Pascoaes
Na ronda das quimeras é meu par
Alguém que se parece intensamente
Na maneira de olhar, ao teu olhar.
É no resto, porém, tão diferente
Como a luz das estrelas o é do luar,
Ou como o luar, do sol resplandecente.
A águia, contam, p´ra poder ganhar
A enorme altura a que só águias vão,
Procura uma eminência em que agitar
As asas que a sustentam na amplidão:
Sucede assim também ao pensamento.
Sucede assim também ao coração...
Se reparando em mim, te dá contento
Ver, nos teus olhos, sempre os meus pregados,
Não fica lá pregado o sentimento...
Esse anda por espaços constelados
Seguindo a vaga forma, o rosto brando
Da que há-de redimir os meus cuidados,
Esse anda, lá por longe, entressonhando
A alma a quem est´alma corresponde
E que hei-de achar na vida, não sei quando,
- Na vida, não sei quando, nem sei onde...
p. 40
ed. Portugália, 6ª ed,, 1956
Ao
Teixeira de Pascoaes
Na ronda das quimeras é meu par
Alguém que se parece intensamente
Na maneira de olhar, ao teu olhar.
É no resto, porém, tão diferente
Como a luz das estrelas o é do luar,
Ou como o luar, do sol resplandecente.
A águia, contam, p´ra poder ganhar
A enorme altura a que só águias vão,
Procura uma eminência em que agitar
As asas que a sustentam na amplidão:
Sucede assim também ao pensamento.
Sucede assim também ao coração...
Se reparando em mim, te dá contento
Ver, nos teus olhos, sempre os meus pregados,
Não fica lá pregado o sentimento...
Esse anda por espaços constelados
Seguindo a vaga forma, o rosto brando
Da que há-de redimir os meus cuidados,
Esse anda, lá por longe, entressonhando
A alma a quem est´alma corresponde
E que hei-de achar na vida, não sei quando,
- Na vida, não sei quando, nem sei onde...
p. 40
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